domingo, 4 de maio de 2014

Sertanejos contam como vivem sem acesso à energia no Sertão de PE


Com a modernidade são poucos as localidades que não têm fornecimento de energia elétrica. Na Zona Rural de Exu, no Sertão pernambucano, sertanejos relatam como é a vida sem celular e uso de aparelhos eletrônicos. Nesses lugares, existem aqueles que não trocam a vida nestas condições, enquanto outros, na maioria jovens, buscam outras oportunidades de vida. O agricultor Severino Antônio Sales mora em Exu, na sua propriedade o trabalho na lavoura ainda é feito com a ajuda de animais. “Trabalhamos só com um jumento e um boi, nada de máquinas”, conta. Com mais de cinquenta anos, Severino nunca deixou a terra onde nasceu. Mas, os seus filhos não tiveram a mesma vontade do pai. Dos seis, apenas dois ainda moram com ele e a esposa. Ele conta que os outros foram para grandes centros, em busca de emprego e melhores condições de vida. O filho mais novo de Severino, Leonardo Sales, já planeja como vai trilhar o mesmo caminho dos irmãos. “Quero ir para o Crato (CE). Porque aqui é muito difícil arrumar um emprego”, explica.
Na comunidade, não há cobertura de telefonia móvel. Mas, isso não é o que mais faz mais falta aos moradores de algumas localidades, a energia elétrica ainda é aguardada com ansiedade. Essa é a realidade da agricultora, Maria de Alencar Filha, que passa o dia na lavoura, cuidando da plantação, na Zona Rural de Exu. Na comunidade não há luz. No final de tarde, ela precisa seguir para a cidade para fugir da escuridão. Por causa da falta de energia elétrica, Maria adia o sonho da construção de uma casa nova na antiga propriedade que herdou da mãe. “Gosto daqui, mas sem energia não tem como eu ficar aqui, nem o dia todo. Não tem como virem perfurar a madeira para montar uma casa”, relata. Apesar de todas as dificuldades, Severino é a prova de que muitos sertanejos estão satisfeitos com o modo de vida. “Nós vivemos sossegado, tiramos o leite de uma vaca botamos no cercado. Vamos para roça trabalhar quando volto estamos felizes”, ressalta. Assista o vídeo. (G1)

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